Cérémonie de remise des œuvres d’artà la République française
- Son Excellence Madame la Ministre de la Culture, Roselyne Bachelot;
- Madame Catherine Pégard, Présidente du Château de Versailles;
- Son Excellence Madame la Secrétaire d’État de la Culture, auprès du Ministère de laCulture, du Tourisme et de l’Environnement de la République d’Angola, Maria da Piedade deJesus;
- Son Excellence Calixte Madjoulba, Ambassadeur du Togo et doyen des Ambassadeurs duGroupe Africain en France;
- Son Excellence Alberto Maverengue Augusto, Ambassadeur du Mozambique;
- Son Excellence Ana Maria de Oliveira, Ambassadeur, Déléguée Permanente d’Angolaauprès de l’Unesco;
- Son Excellence João de Miranda, Ambassadeur de la République d’Angola auprès de laRépublique française;
- Mesdames et messieurs ;
C’est pour moi un immense honneur, en tant que Ministre de la Culture, du Tourisme et del’Environnement de la République d’Angola, de prononcer quelques mots au nom du peupleangolais à l’occasion de cette cérémonie publique hautement importante, qui coïncide avec ladate du début de la lutte armée contre l’administration coloniale portugaise, le 4 février 1961.
Aujourd’hui, le 4 février représente également un autre jalon significatif dansl’approfondissement des relations de coopération et d’amitié entre le peuple angolais et lepeuple français.
- Excellences ;
- Mesdames et messieurs ;
L’UNESCO définit le patrimoine culturel à la fois comme un produit et un processus qui, comme moyen detransmission de connaissances et de savoirs du passé au présent et au futur. Cela constitue une fournit aux sociétés un ensemble de ressources héritées du passé, créées dans le présent et mises à disposition pour le bénéfice des générations actuelles et futures source d’inspiration pour l’émergence de l’innovation, en respectant l’identité et la diversitéculturelles, ainsi que l’œcuménisme. Sa jouissance contribue à l’intériorisation d’un sentimentd’appartenance individuelle et collective.
Comme beaucoup le savent, la coopération entre la République d’Angola et la Républiquefrançaise dans le domaine de la Culture (mais pas uniquement) date de la périodepostindépendance en Angola. Or, nous avons appris que le Château de Versailles seconsacrait, depuis plus d’un siècle, à rassembler des œuvres de son patrimoine, disperséessuite aux événements liés à la Révolution.
Par conséquent, l’État angolais, qui a un profond respect pour la culture et l’histoire, tantcelles de son propre pays, que celles des autres peuples, a décidé de faire don à l’État françaisde deux sculptures du XVIIIe siècle, acquises lors de l’achat de notre mission diplomatique.Ainsi, à partir d’aujourd’hui, ces œuvres si précieuses pour le patrimoine français, retrouventleur place d’origine.
Naturellement, je dois souligner, une fois encore, que ce sentiment d’altérité a été motivé parnos excellentes relations de coopération bilatérale dans divers domaines, dont celui de laCulture, ainsi que par la conviction que chaque peuple a le droit incontesté de jouir de sonpropre patrimoine, car l’identité d’un peuple est le meilleur garant de sa souveraineté.
Cette exposition, intitulée « Chefs d’œuvres retrouvés », a l’importante missiond’accompagner la restitution de ces deux œuvres maîtresses de la sculpture française duXVIIIe siècle, intitulées Zéphyr, Flore et l’Amour et L’Abondance, dont nous connaissonsl’immense valeur patrimoniale pour la culture et pour le peuple français.
Aujourd’hui plus qu’hier, la culture a un rôle prépondérant pour la primauté de la paix, pourla connaissance et le développement des peuples, puisqu’elle s’encadre de manière globaledans l’éducation/la formation, dans un contexte démocratique, de solidarité et de citoyennetéuniverselle, dans un monde de mutations de plus en plus rapides et interdépendantes.
Toute action culturelle tend au rapprochement entre les pays et les peuples, comme l’illustrela présente donation de ces deux sculptures à l’État français par l’État angolais. Il s’agit là, aufond, d’un geste simple mais qui a toute son importance, et qui vise à renforcer la coopérationentre nos deux pays qui ont, comme toile de fond, l’amitié, la fraternité, le respect mutuel et lasolidarité, dans un contexte de principes d’horizontalité.
C’est donc avec une très grande satisfaction que je témoigne, par cet acte, de notre profondeamitié, désireux que nos relations, à compter de ce jour, se renforcent davantage.
Merci beaucoup!
Cerimónia de entrega das obras de arte à República Francesa
- Excelência, Ministra da Cultura Roselyne Bachelot;
- Senhora Catherine Pégard, Présidente do Castelo de Versalhes;
- Excelência, Secretária de Estado da Cultura, do Ministério da Cultura, Turismo e Ambienteda República de Angola, Maria da Piedade de Jesus;
- Excelência Calixte Madjoulba, Embaixador do Togo e decano dos Embaixadores do GrupoAfricano em França;
- Excelência Alberto Maverengue Augusto, Embaixador de Moçambique;
- Excelência Ana Maria de Oliveira, Embaixadora, Delegada Permanente de Angola junto daUnesco;
- Excelência João Miranda, Embaixador da República de Angola na República de França;- Minhas senhoras e meus senhores;
Constitui para mim, uma honra insigne, como Ministro da Cultura, Turismo e Ambiente daRepública de Angola, proferir, em nome do povo angolano, umas breves notas, neste actopúblico de enorme relevância, que coincide com a data do início da luta armada contra aadministração colonial portuguesa, a 4 de Fevereiro de 1961.
Mas, hoje, o 4 de Fevereiro representa também um outro marco significativo, espelhado noaprofundamento das relações de cooperação e amizade entre o povo angolano e o povofrancês.
- Excelências;
- Minhas senhoras e meus senhores:
A UNESCO define o património cultural como um produto e um processo, que fornece àssociedades recursos herdados do passado, recriados no presente e postos à disposição dasgerações vivas e das gerações futuras, como veículo de transmissão de conhecimentos esaberes do passado para o presente e o futuro. Tal facto constitui fonte de inspiração para aemergência da inovação, com respeito pela identidade e diversidade cultural, bem como peloecumenismo. O seu usufruto contribui para a interiorização de um sentido de pertençaindividual e colectiva.
Como é do conhecimento geral, a cooperação no domínio da Cultura (e não só), entre aRepública de Angola e a República da França, data do período do pós-independência emAngola. Considerando este facto, tomámos conhecimento, que, há mais de um século, oPalácio de Versalhes se encontrava empenhado em recuperar obras dispersas do seupatrimónio, na sequência dos acontecimentos ligados à Revolução.
Consequentemente, o Estado angolano que nutre um profundo respeito pela cultura e pelahistória, quer do seu país, quer de outros povos, decidiu doar ao Estado francês as duasesculturas do século XVIII, que foram adquiridas com a compra da nossa missão diplomática.Assim, a partir de hoje, estas obras de elevada relevância patrimonial retomam ao seu lugarde origem.
Naturalmente, devo de novo enfatizar, que este sentido de alteridade foi encorajado pelasexcelentes relações de cooperação bilateral nos vários domínios, incluindo no cultural,associado à plena convicção, de que cada povo tem o indiscutível direito de usufruir do seupróprio património, já que a identidade de um povo é o seu maior garante de soberania.
A presente exposição, denominada «Chefs d’œuvres retrouvés» tem como relevantepropósito, a devolução destas duas obras-mestras da escultura francesa do século XVIII,intituladas Zéphyr, Flore et l’Amour e L’Abondance, que sabemos representar um elevadovalor patrimonial para a cultura e para o povo francês.
Mais do que antes, a cultura tem hoje um papel preponderante para o primado da paz, para oconhecimento e desenvolvimento dos povos, já que se enquadra num amplo sentido deeducação/formação, em contexto democrático, de solidariedade e de cidadania universal, nummundo de mutações cada vez mais aceleradas e interdependentes.
Toda a acção cultural tendente à aproximação entre países e povos, como se deve inferir dapresente doação destas duas esculturas ao Estado francês pelo Estado angolano. Tal factoconstitui, no fundo, um simples mas significativo gesto, direccionado para o reforço dacooperação entre os nossos dois países, que têm como pano de fundo a amizade, afraternidade, o respeito mútuo e a solidariedade, num contexto de princípios dehorizontalidade.
É, pois, com enorme satisfação, que deixo aqui expresso o testemunho da nossa maisprofunda amizade, com o desejo manifesto de que, a partir de hoje, as nossas relaçõespassarão a estar ainda mais reforçadas.
Muito obrigado!